Inspirado no movimento literário das "Poesias Marginais" ou "Geração Mimeógrafo", ocorrido no Brasil entre as décadas de 70 e 80, devido a forte censura imposta pela ditadura militar, e que se utilizava de meios alternativos (leia-se: baixo custo) para suas publicações, como cópias mimeografadas e xérox; decidi incorporar um pouco do conceito e tentar reproduzir o tom "marginal" (Underground/Não comercial) do estilo em alguns pequenos poemas, como os da época, que chamei de "Divagações"...
Entre as ciabattas e croissants, até o pão com mortadela era francês...
Você paga pra nascer, pra viver e pra morrer...
Mas, pra pensar, por sua vez, que tal tentar outra vez?
Bola na trave não altera o placar... Por outro lado,
dez bolas na rede dão mais resultado que PhD em pesquisa nuclear...
O rio sempre corre para o mar,
mas tem sempre um salmão subindo a ladeira pra desovar...
O urso oportunista acha que é a hora mais fácil de pescar,
mas na verdade o caçador matreiro tá ali só esperando pra atirar...
A guarda florestal tem muito pouca gente pra variar...
Bicho em extinção é o que não falta pra catalogar!
O sistema do mundo é pragmático...
O da igreja é dogmático...
O do trabalho é problemático...
O do dia dia fica dramático!
Há quem coma torresmo e arrote caviar,
difícil mesmo é comprar um três quartos sem parcelar...
E com o preço do carro popular,
o jeito é ficar parado no "Move" de BH.
Também não tem lugar pra estacionar... A não ser que você possa pagar...
Bom, se for pra reclamar do combustível, está é a hora H...
Café preto, pingado, broa de fubá...
Geração coca-cola, hot-dog, milk-shake e pizza engorda sem parar...
O povo da roça pode até ficar sem dentes,
mas pelo menos não fiquei sabendo de nenhum Avc por lá...
Afinal quem tá estressado vai pescar...
Pescar que nada, a ideia na cidade é de quem não tem mar vai pro bar...
Mas depois tem que tomar injeção de insulina pra compensar
e por stent na veia pra não infartar...
