segunda-feira, 15 de junho de 2009

Histórias para Testemunho

Em 2002 meu pai começou a escrever um livro de memórias que acabou terminando em 2007... Neste, ele conta histórias da nossa família e seus testemunhos de vida... O livro foi publicado de forma independente, em número de cópias muito reduzido...

Há pouco tempo, postei o material, em sua integralidade, num blog que intitulei com o nome do próprio livro: “Histórias para testemunho”. O texto pode ser acessado através do link:

http://historiasparatestemunho.blogspot.com/2009/06/historias-para-testemunho-prefacio.html

Confira e colabore divulgando! Quem sabe, alguma das histórias possa ajudar a você ou a alguém que você conheça...

terça-feira, 9 de junho de 2009

Mercadoria de “Bancão”?

Quem conhece Belo Horizonte e não sabe onde é a Avenida Paraná? Bem ali no centro, movimentada, freqüentada pelo verdadeiro belo horizontino... De comércio popular, bares, repartições e lojas de departamento... Que mulher, ao passar por ali, resiste à tentação de dar “uma olhadinha” nas mercadorias que ficam expostas nas “bancas”? Não importa a classe social, afinal elas ficam ali, as portas das lojas, praticamente no passeio... Coisa de mulher, que às vezes nem precisa daquilo... Que muitas vezes nem usaria aquilo... Mas, não custa dar uma olhadinha, né? O importante mesmo é saber o que está na “moda”.

Um grande desafio para o homem é acompanhar uma mulher numa “tarde de compras”... Para elas, as horas não passam... Elas olham tudo! De loja em loja vão examinando peça por peça... Mandam descer das prateleiras, experimentam, perguntam... O que vão levar nas sacolas, no final das contas, é só um detalhe, depende do dinheiro disponível ou do “dia bom” do cartão de crédito. “Pobres” vendedoras, só mesmo tendo “santa paciência”...

Não sei se é do “senso comum”, se é da “ordem” dos ditados populares ou se está incutido no subconsciente feminino... O que eu sei é que já ouvi muita mulher dizer que “mulher não se veste pra ela mesma, nem para os homens... Que mulher que é mulher, se veste mesmo é para as outras mulheres”... Não que isso tenha haver com preferências sexuais... Pelo que eu entendo, tem haver com o fato de que mulher é “reparadeira”, mulher “comenta”, mulher “critica”, mulher sabe ser implacável com outra mulher quando quer... Não digo isso de forma pejorativa, é coisa de mulher...

“Vou matar fulana de inveja”... “Preciso comprar uma roupa igual à de beltrana”... “Com este vestido serei o centro das atenções”... Estes são pensamentos que podem motivar uma mulher nas compras. Coisa de mulher...

Mas sabe, observando bem as coisas, fico pesando se este comportamento delas não se espalha para as outras áreas da vida... E se quando nos aproximamos delas na busca por alguém, de romance, ou mesmo de sexo, não nos transformamos em meras mercadorias, que como quaisquer outras irão passar por crivo... Crivo não só de uma (antes fosse só isso), mas de todas num determinado grupo de relacionamentos... Afinal, o que irão dizer “as outras”? E o que fazer se esta opinião é “importantíssima”?

Mercadoria tem que ter utilidade... De Adam Smith a Karl Marx... Este último, inclusive, falava sobre certo fascínio que a mercadoria pode exercer, uma coisa que ele chamava de “fetichismo”. Então, apenas pontuando, dependendo da marca, do preço, ou da aparência da mercadoria, as pessoas podem se sentir mais ou menos satisfeitas, de um ponto de vista subjetivo, se comparados dois produtos de mesma utilidade. Não estou negando que preço e qualidade muitas vezes estão juntos... Mas, digam-me, e se essa “satisfação” for motivada pela reação alheia? Acho que isso na verdade é bem comum...

Já pensou como é na “cabecinha” nebulosa delas? Como ficam nos analisando, fitando, “manjando”, tentando encontrar nossa utilidade? Afinal de que nós servimos? O quê fazemos? Onde trabalhamos? Quanto ganhamos? Quais são os nossos planos para o futuro? Que talentos temos? E nossas convicções políticas, morais e religiosas? Pra que time torcemos? Aliás, pra que serve torcer por um time? Tipo sanguíneo? “Nome sujo” na praça? Temos parentes importantes? Família do interior? Gostamos de crianças? E de rock? Bebemos?

Nessa hora, meu velho, é “salve-se quem puder”... Qual utilidade justificará nosso uso? Não pergunte isso pra mim... Quem me dera saber... Afinal nós (os homens) somos previsíveis e temos pouca ou nenhuma satisfação a dar aos outros da nossa “raça”. Já elas, são “traiçoeiras” como a noite, “manipuladoras” por natureza, “interesseiras” por instinto... Nossa “doce” perdição...

Mas segue a “pechincha”... E quanto aos defeitos? Todos nós os temos... Alguns têm mais que os outros, mas é só ficar “pertinho” pra perceber que eles estão lá... E eu que passei longe do “controle de qualidade”? Bom, sempre tem espaço nas “bancas”... Aquelas que sempre estão nas portas das lojas, quase no passeio, espalhadas ao longo do Av. Paraná...

Na “banca” é assim, a cliente já olha de cara torta, porque a mercadoria é de qualidade duvidosa... A “banca” está sempre cheia, mesmo assim ela se aproxima, talvez pensando encontrar o que passou despercebido aos olhos das outras, “as rivais” que também estão às compras... Então me vejo no meio daquilo tudo... Mercadoria passando de “mão em mão”... Todas olham, pegam, apalpam, conferem... Analisam o “estilo do corte”... Vasculham a procura do mais ínfimo defeito, daquele pedacinho que está descosturando, daquele botão “bambo”, daquele acabamento torto... E de “mão em mão” vou sendo puxado e jogado de um lado pro outro da “banca”... Se me desgasto, sujo ou amarroto, vou ficando velho na “banca”... Aí, me passam pra outra, onde o valor das mercadorias é menor... Até que enfim, rasgado e fora de moda, talvez sobrem os bazares ou brechós... Mas é melhor nem pensar o quanto vou valer nestes aí, porque é só pra “ajudar” mesmo...

Utilidade temos! Ou será que elas vão negar que nós as levamos pra passear, jantar, ao cinema... Que as buscamos e levamos em casa, como se fossemos seus motoristas particulares... Que conversamos seus assuntos, mesmo quando não nos interessam... Que as fazemos rir... Que elogiamos as mínimas coisas que procedem delas... Que fazemos “das tripas coração”, só pra ter a recompensa de um sorriso...

Não pense você, “bonitão”, que está livre da “Banca”! Lembre-se que não fui eu quem inventou isso... Foram elas! E “mercadoria de bancão” é assim mesmo... O que elas antes consideravam qualidade, logo poderão julgar inadequado... O que antes era atraente e moderno, logo se torna sem graça... "Chato" ou "engraçadinho" demais... Novo ou velho demais... "Machista" ou "romântico" demais... Alto ou baixo demais... "Atirado" ou "devagar quase parando"... E sem antítese: "feio", pobre ou "gordo" demais... Já ouvi até: "amigo" demais... Porque elas são insaciáveis... Sempre querendo “algo mais”, alguma coisa de "outro nível"! E embora a mercadoria continue servindo para o que sempre serviu, existe sempre uma desculpa pra ser descartada de volta pra “banca”, como se não servisse pra mais nada...

Alguém pode até dizer: “É assim mesmo, os tempos mudaram”! E de forma alguma nego isso também... Mudam se os tempos e as expectativas... O que não muda mesmo são as “bancas” e suas mercadorias... “Banca é banca”! Tudo ali dentro está pra ser exposto até o último “fiozinho” de tecido... Elas vão mexer, vão barganhar, vão até experimentar! E se levarem pra casa, não comemore ainda, não até que o prazo para a troca ou devolução termine... E depois de tudo isso, olhe lá se não vão te usar uma vez só, depois deixar apodrecer no cabide, pendurado num armário, enchendo de poeira e tendo que se acostumar ao cheiro da naftalina...

E eu que achava que a “banca” era ruim... Muito embora tivesse a certeza de que o "poder aquisitivo" da maioria delas só dá pra comprar produto de "banca" mesmo... Só sei, que uma hora ou outra, elas vão acabar passando pela Av. Paraná...

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sábado, 6 de junho de 2009

I Want To Believe

Eu quero acreditar
(Escrevi este texto para um flyer que preparei para uma viagem que fizemos a Varginha/MG, no ano de 2003)


Eu quero acreditar... Que nós não estamos sós! Que um ser humano não é apenas poeira cósmica, perdido num vasto universo... Que o Ser Criador do Cosmos não nos abandonou, simplesmente para passarmos pela vida...

Mas a confusão... Nossos sentimentos humanos, conturbados por natureza, numa constante sensação de insatisfação... Não saber o que realmente amo, e o que odeio... Isso me deixa louco!

Há uma verdade encoberta! Sinto uma conspiração procurando obscurecer meu entendimento... É algo “místico”, uma “influência” que não compreendo...

E o caos... A violência, trazendo consigo a morte em cada esquina... Uma “selva”, não adjetiva o “holocausto” gerado pela escravidão, exploração, exclusão e morte de “seres humanos racionais”... Covardia é o nome!

E o engano... Muitas crenças e filosofias, tangíveis e intangíveis, fechando o mecanismo sórdido, de um sistema cujo objetivo é obstruir o nosso entendimento, e se apossar de nossos espíritos... Querem nosso sangue! Esta é a última conclusão lúcida a que chego, antes de voltar ao meu transe cotidiano...

Quando consigo ter um novo suspiro de consciência, grito: onde está a verdade? De que vale crescer, viver e morrer; se somos apenas gado para os “vampiros de almas”? Como romper este maldito ciclo?

Foi quando fui abduzido por um “visitante celeste”... Ele mostrou-me duas frases muito antigas, pronunciadas a dois mil anos atrás, e registradas num livro tão velho quanto as palavras contidas por ele mesmo...

A primeira frase era: “... e conhecereis a verdade e a verdade vós libertará”. A segunda: “... eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao “Ser Criador” senão por mim”.

Então me libertei do transe... E finalmente entendi que o transe é o pecado, que nos separa do Criador, gerando incerteza, insatisfação, confusão e insegurança... Estas lacunas estão prontas para serem preenchidas por qualquer prazer efêmero, facilitando a geração de zumbis e a renovação do ciclo da decadência humana. Mas Jesus Cristo, que é o “visitante”, e suas palavras, contidas no livro, que é a Bíblia, podem livrar você da escravidão do pecado e da morte! Diga: Eu quero acreditar!

terça-feira, 2 de junho de 2009

A despedida do Petra em Belo Horizonte - 11/12/2005

(essa é só mesmo pra estreiar o blog, mais como teste... escrevi esta resenha em 13/01/2006... pra virar arquivo-morto...)

É verdade galera! O Petra fará sua última turnê... Seremos agraciados com uma das últimas oportunidades de ver a banda, aqui em BH no dia 11 de Dezembro! Não sei pra vocês, mas pra mim e pra milhões de outros, será o desfecho de toda uma hera! Não terá o "glamour" que este final merecia, mas pra mim será muito significativo! Espero que aquele babaca, do balaio do canal 23, não entreviste os caras no banheiro de novo! Tomara também, que os malditos empresários que fazem o "gospel" (um comércio de quinta), não estraguem mais uma vez o show e acabem com minha noite! Estarei lá pra engrossar o côro: "sometimes i fell like Jekyel and Hide, two men are fighting the war inside"!

***

Cara, descrever os acontecimentos do tão esperado último show do Petra é estranho... Um misto de saudosismo, mas de certa forma conformado, do tipo "foi melhor assim". Deixe-me explicar, não é que o show (do Petra) tenha decepcionado, mas há fatos curiosos que vou relatar.

Ao chegar no mineirinho e procurar uma vaga, o cara do estacionamento me perguntou se eu estava chegando para o que ele denominou "Festa Gospel". Foi ai que eu percebi que ia ser de amargar! Minha primeira reação foi dar meia volta e que se dane o "mundo gospel", mas me lembrei que já tinha comprado o ingresso!

Ao entrar no mineirinho foi a "visão do inferno": todo tipo de alienação gospel presente num só lugar. Eram bandanas na cabeça e roupas "típicas" (escritas com expressões evangélicas), cabelos pintados, skates, botas e etc... Além de todo tipo de comércio de bugigangas que se possa pensar. Gostaria até mesmo, de ressaltar que não sou contra nenhuma dessas coisas! O que "assusta" é que parece que a gente tá num show punk ou metal, mas a maioria daquelas pessoas nunca se transveste daquela forma, a não ser em dia de "festa gospel".

Um aspecto foi engraçado! Cara todos os "dinossauros" do "movimento" estavam lá! Eu nem me senti velho! Todos os caras das antigas, de outros "carnavais" (Renascer, Santuário, Caverna, bandas e afins) foram... Talvez devido a despedida do Petra ou porque são mesmo os "caras do movimento". Não sei, só sei que estavam lá! Deu pra comprimentar e rever muito cara "folclórico".

O pior episódio também foi despropositado, no meu ponto de vista... Vocês acreditam que tinha um caixa dágua lá? A princípio eu não tinha me ligado pra que servia... Mas, de repente eu estou lá e me chega um cara com uma prancheta na mão fazendo a seguinte pergunta: "Você já foi batizado?" Eu inocentemente respondi: "Sim, porque?" Fui replicado da seguinte forma: "Por nada." Quando meu "entrevistador" passou a pergunta para o "próximo", foi que eu entendi! A Renascer dessa vez havia se superado! E eu que já tinha participado de tanta coisa com eles, tanta roubada, tocado em tanta "tribo gospel", num tempo em que devido ao romantismo da minha tenra idade, haviam sido mesmo "reformadores". Depois de tanto evangelho da prosperidade, escândalos, "papagaiadas de alditório" e lançamentos "gospel Records", só faltava aquilo! Eles estavam mesmo batizando pessoas lá na hora... Antigamente a pessoa tinha que pelo menos levantar a mão em resposta a um apelo, agora eles peguntam se ela não quer dar logo um mergulho! E desculpe o comentário infame, mas com o calor e o abafamento que estava, foi fácil anotarem "decisões".

O show, como em toda "festa gospel", não começou na hora... O som estava muito ruim, desorganização total... Toda hora aparecia um apresentador diferente enrrolando o público com brincadeirinhas tipo "107 FM". Fizeram muita propaganda institucional e política! Não faltou, é claro, a promoção escancarada dos últimos lançamentos "Line Records". Como sempre, um monte de bandas de abertura, tocando antes da banda que se pagou pra ver. Bandas de estilos diferentes, descaracterizando toda lógica, um "mexidão" com tudo misturado: rap, funk, trash, rock e pagode. Destaque para as "bandas da moda", de "louvor estravagante", cheias de "palavras proféticas" e "mantras"... Depois de tanta chateação, só sobrou tempo pro Petra tocar 45 min.

Os caras do Petra tocaram pra caramba, quem é fã antigo como eu, cantou todas as músicas! Foi "This means war!", "On fire", "Beat the System", "Beyond Belief", só tocaram coisa boa! Meu destaque vai para o Baterista. O cara era dos "News Boys" e fez um solo de bateria que a gente só vê em show de Metal. Tocou muito, encaixou bumbo duplo em todas as músicas, foi o cara!! Jonh ainda canta como um jovem e tem uma presença de palco invejável! Bob tocou, mas o equipamento de som não deixou a gente ouvir! Nessa hora me lembrei porque um dia acreditei no "movimento": foi por causa das letras e do som desses caras!! Foram apenas 45 min., mas pra mim foi uma despedida significativa!




A caminho do show pensei: "faz muito tempo que não vou a nenhuma concentração musical evangélica" (interjeição!). É verdade, fazia muito tempo, e ao entrar no mineirinho naquele dia constatei mais uma vez o porquê! Porque é o "fundo do poço", o "trash da televisão"... Até que ponto chegamos? Que evangelho vai sobrar pros nossos filhos? Sabem qual foi o comentário do Petra depois de voltarem pra Nashville, TN? Simplesmente: "This country (Brasil) no way". Não sei se isso significa alguma coisa pra você, mas pra mim ressalta a desorganização, má qualidade dos equipamentos, as mil bandas de abertura, as pessoas que infamemente tentaram usar da popularidade e confiabilidade dos caras para se promoverem, além do cristianismo "estranho" pregado sob uma forma de"reavivamento". Tudo bem que muita coisa dessa "nhaca" que a gente tá vendo aí foi importada ou colonizada de lá pra cá, mas o grau de deturpação aqui presente é gritante!

No começo desta resenha eu disse que sentia a respeito da aposentadoria do Petra um pouco de saudosismo, mas junto com a carreira de 33 anos da banda, acabou de uma vez por todas pra mim, algo com o qual eu já havia desencantado, mas que por causa dos caras eu estava no meio mais uma vez mais. Ou seja, ADEUS PARA SEMPRE, até nunca mais, e meus pêsames pros incautos remanescentes do "mundo gospel", Line Records, Renascer, Oficina g3, Novo Som, Melissa, Aline Barros e seus esteriótipos crentes sem base bíblica e sem atitude, levados pela NEW WAVE, TRIBAL GENERATION, Wineyard e etc... Com certeza e sem nenhuma saudade, foi melhor assim!!