terça-feira, 2 de junho de 2009

A despedida do Petra em Belo Horizonte - 11/12/2005

(essa é só mesmo pra estreiar o blog, mais como teste... escrevi esta resenha em 13/01/2006... pra virar arquivo-morto...)

É verdade galera! O Petra fará sua última turnê... Seremos agraciados com uma das últimas oportunidades de ver a banda, aqui em BH no dia 11 de Dezembro! Não sei pra vocês, mas pra mim e pra milhões de outros, será o desfecho de toda uma hera! Não terá o "glamour" que este final merecia, mas pra mim será muito significativo! Espero que aquele babaca, do balaio do canal 23, não entreviste os caras no banheiro de novo! Tomara também, que os malditos empresários que fazem o "gospel" (um comércio de quinta), não estraguem mais uma vez o show e acabem com minha noite! Estarei lá pra engrossar o côro: "sometimes i fell like Jekyel and Hide, two men are fighting the war inside"!

***

Cara, descrever os acontecimentos do tão esperado último show do Petra é estranho... Um misto de saudosismo, mas de certa forma conformado, do tipo "foi melhor assim". Deixe-me explicar, não é que o show (do Petra) tenha decepcionado, mas há fatos curiosos que vou relatar.

Ao chegar no mineirinho e procurar uma vaga, o cara do estacionamento me perguntou se eu estava chegando para o que ele denominou "Festa Gospel". Foi ai que eu percebi que ia ser de amargar! Minha primeira reação foi dar meia volta e que se dane o "mundo gospel", mas me lembrei que já tinha comprado o ingresso!

Ao entrar no mineirinho foi a "visão do inferno": todo tipo de alienação gospel presente num só lugar. Eram bandanas na cabeça e roupas "típicas" (escritas com expressões evangélicas), cabelos pintados, skates, botas e etc... Além de todo tipo de comércio de bugigangas que se possa pensar. Gostaria até mesmo, de ressaltar que não sou contra nenhuma dessas coisas! O que "assusta" é que parece que a gente tá num show punk ou metal, mas a maioria daquelas pessoas nunca se transveste daquela forma, a não ser em dia de "festa gospel".

Um aspecto foi engraçado! Cara todos os "dinossauros" do "movimento" estavam lá! Eu nem me senti velho! Todos os caras das antigas, de outros "carnavais" (Renascer, Santuário, Caverna, bandas e afins) foram... Talvez devido a despedida do Petra ou porque são mesmo os "caras do movimento". Não sei, só sei que estavam lá! Deu pra comprimentar e rever muito cara "folclórico".

O pior episódio também foi despropositado, no meu ponto de vista... Vocês acreditam que tinha um caixa dágua lá? A princípio eu não tinha me ligado pra que servia... Mas, de repente eu estou lá e me chega um cara com uma prancheta na mão fazendo a seguinte pergunta: "Você já foi batizado?" Eu inocentemente respondi: "Sim, porque?" Fui replicado da seguinte forma: "Por nada." Quando meu "entrevistador" passou a pergunta para o "próximo", foi que eu entendi! A Renascer dessa vez havia se superado! E eu que já tinha participado de tanta coisa com eles, tanta roubada, tocado em tanta "tribo gospel", num tempo em que devido ao romantismo da minha tenra idade, haviam sido mesmo "reformadores". Depois de tanto evangelho da prosperidade, escândalos, "papagaiadas de alditório" e lançamentos "gospel Records", só faltava aquilo! Eles estavam mesmo batizando pessoas lá na hora... Antigamente a pessoa tinha que pelo menos levantar a mão em resposta a um apelo, agora eles peguntam se ela não quer dar logo um mergulho! E desculpe o comentário infame, mas com o calor e o abafamento que estava, foi fácil anotarem "decisões".

O show, como em toda "festa gospel", não começou na hora... O som estava muito ruim, desorganização total... Toda hora aparecia um apresentador diferente enrrolando o público com brincadeirinhas tipo "107 FM". Fizeram muita propaganda institucional e política! Não faltou, é claro, a promoção escancarada dos últimos lançamentos "Line Records". Como sempre, um monte de bandas de abertura, tocando antes da banda que se pagou pra ver. Bandas de estilos diferentes, descaracterizando toda lógica, um "mexidão" com tudo misturado: rap, funk, trash, rock e pagode. Destaque para as "bandas da moda", de "louvor estravagante", cheias de "palavras proféticas" e "mantras"... Depois de tanta chateação, só sobrou tempo pro Petra tocar 45 min.

Os caras do Petra tocaram pra caramba, quem é fã antigo como eu, cantou todas as músicas! Foi "This means war!", "On fire", "Beat the System", "Beyond Belief", só tocaram coisa boa! Meu destaque vai para o Baterista. O cara era dos "News Boys" e fez um solo de bateria que a gente só vê em show de Metal. Tocou muito, encaixou bumbo duplo em todas as músicas, foi o cara!! Jonh ainda canta como um jovem e tem uma presença de palco invejável! Bob tocou, mas o equipamento de som não deixou a gente ouvir! Nessa hora me lembrei porque um dia acreditei no "movimento": foi por causa das letras e do som desses caras!! Foram apenas 45 min., mas pra mim foi uma despedida significativa!




A caminho do show pensei: "faz muito tempo que não vou a nenhuma concentração musical evangélica" (interjeição!). É verdade, fazia muito tempo, e ao entrar no mineirinho naquele dia constatei mais uma vez o porquê! Porque é o "fundo do poço", o "trash da televisão"... Até que ponto chegamos? Que evangelho vai sobrar pros nossos filhos? Sabem qual foi o comentário do Petra depois de voltarem pra Nashville, TN? Simplesmente: "This country (Brasil) no way". Não sei se isso significa alguma coisa pra você, mas pra mim ressalta a desorganização, má qualidade dos equipamentos, as mil bandas de abertura, as pessoas que infamemente tentaram usar da popularidade e confiabilidade dos caras para se promoverem, além do cristianismo "estranho" pregado sob uma forma de"reavivamento". Tudo bem que muita coisa dessa "nhaca" que a gente tá vendo aí foi importada ou colonizada de lá pra cá, mas o grau de deturpação aqui presente é gritante!

No começo desta resenha eu disse que sentia a respeito da aposentadoria do Petra um pouco de saudosismo, mas junto com a carreira de 33 anos da banda, acabou de uma vez por todas pra mim, algo com o qual eu já havia desencantado, mas que por causa dos caras eu estava no meio mais uma vez mais. Ou seja, ADEUS PARA SEMPRE, até nunca mais, e meus pêsames pros incautos remanescentes do "mundo gospel", Line Records, Renascer, Oficina g3, Novo Som, Melissa, Aline Barros e seus esteriótipos crentes sem base bíblica e sem atitude, levados pela NEW WAVE, TRIBAL GENERATION, Wineyard e etc... Com certeza e sem nenhuma saudade, foi melhor assim!!

2 comentários:

  1. É cara, um problema também é que no Brasil tem uma mistura de ritmos e por mais que agente nao goste da idéia, rock é uma coisa que não nasceu no nosso país.
    Quanto a parte religiosa é lamentável que tudo vire um comércio ou uma competição de quem "bate a cota" de novos membros no fim do mês, mas na história dos avivamentos sempre tem a questão dos exageros teológicos. E o Brasil está a muito tempo já em um avivamento.
    Com relação a organização, bom, continua sendo um desrespeito. Mas pelo preço que agente paga acaba sendo isto mesmo. Agora com a tendência das economias dos países em desenvolvimento ter economia mais estáveis, o que vai baixar de banda que nunca quiseram saber destes lados "de baixo" do equador. A tendência é os shows serem mais caros mas com mais qualidade e profissionalismo.
    Abraço Roliúde

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  2. é... eu fui nessa grande festa do rock "gospel" internacional... foi uma "benção"... eu quase fui batizado numa caixa d água que havia no local... hauhauha
    o baterista novo era meio empolgado, porem não empolgante... vc me entende??? e em relação ao resto da banda... bakana!

    ok??? certo... é nois...

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